A polarização política tem se intensificado mundialmente, com destaque para o crescimento da extrema-direita. No Brasil, esse movimento ganhou força nos últimos anos, influenciando debates sobre meio ambiente e direitos básicos. O negacionismo climático e ambiental, frequentemente associado aos interesses do agronegócio, tem tido consequências graves, como visto na recente tragédia no Rio Grande do Sul.
Na América Latina, a situação é semelhante. Enquanto o Brasil derrotou Jair Bolsonaro nas urnas em 2022, a Argentina elegeu Javier Milei, um representante da extrema-direita. Recentemente, o governo Milei reprimiu manifestantes que protestavam contra medidas ultraliberais, evidenciando a tensão política na região.
Na Europa, as eleições para o Parlamento Europeu revelaram uma tendência à direita. O Partido Popular Europeu, de centro-direita, deve ser o vencedor, com um movimento contrário a regras ambientais. Países como Alemanha e França viram o avanço de partidos de extrema-direita, refletindo um possível fenômeno global.
O crescimento da extrema-direita na Europa é atribuído a fatores como a crise do Euro, que beneficiou setores que concentram renda e prejudicou camadas mais vulneráveis. O racismo antimuçulmano e políticas anti-imigração têm ganhado espaço, assim como o neoliberalismo e a repressão a movimentos populares.
Contudo, há também movimentos de resistência. Na Bélgica, o Partido dos Trabalhadores, de orientação marxista, conquistou mais espaço. Partidos de esquerda na Finlândia, Dinamarca e Suécia também tiveram desempenhos notáveis. Na França, há um movimento para formar uma frente popular contra o avanço da extrema-direita.
Um desafio crucial para a esquerda é a falta de um projeto alternativo claro para uma nova ordem social. Enquanto a extrema-direita age com objetivos definidos, a esquerda precisa desenvolver propostas concretas alinhadas às demandas do século XXI.
Para enfrentar o avanço do conservadorismo e da extrema-direita, é necessária uma união das forças progressistas, tanto na América Latina quanto na Europa. A criação de projetos coesos e organizados é fundamental para impedir retrocessos e proteger direitos conquistados.
O cenário atual serve como alerta e motivação para a luta contra o extremismo e a preservação de valores democráticos e direitos humanos. A mobilização e a articulação das forças progressistas são essenciais para construir uma alternativa viável e atrativa ao projeto da extrema-direita.