O avanço da extrema direita brasileira nas redes digitais tem se consolidado por meio de uma parceria estratégica com as grandes empresas de tecnologia, conhecida como big techs. Em 2025, o bolsonarismo intensificou sua presença digital com o apoio de plataformas como Meta, Google, TikTok e outras, utilizando-se de seminários e treinamentos específicos para aprimorar a comunicação política. Essa aliança entre bolsonarismo e big techs revela a importância da tecnologia no fortalecimento da direita para as eleições de 2026, moldando não apenas discursos, mas estratégias para a conquista do eleitorado.
O bolsonarismo e as big techs vêm promovendo eventos de capacitação para criadores de conteúdo e líderes políticos, onde são apresentadas ferramentas avançadas de inteligência artificial para a produção de vídeos e imagens. Esses seminários, realizados em importantes capitais brasileiras, visam impulsionar o engajamento nas redes sociais e ampliar a difusão das mensagens alinhadas à direita. O uso dessas tecnologias permite a criação de narrativas mais impactantes e a construção de uma identidade digital forte que influencia o debate político no país.
Essa colaboração entre o bolsonarismo e as big techs ocorre em um contexto no qual o Congresso Nacional ainda patina na aprovação de leis que regulamentem as plataformas digitais. Enquanto o Projeto de Lei 2630/2020 segue travado, a extrema direita avança com o uso das ferramentas digitais para fortalecer sua base eleitoral, potencializando o alcance de suas mensagens. A falta de regulação eficaz das redes favorece a difusão de conteúdos que reforçam discursos conservadores, utilizando-se de algoritmos que amplificam o impacto das publicações.
Além disso, a parceria com as big techs é vista como um movimento que ultrapassa a mera comunicação, atuando na construção de uma psicopolítica digital. Por meio da manipulação dos algoritmos e da exploração das ferramentas tecnológicas, o bolsonarismo molda subjetividades e orienta o comportamento dos usuários nas redes sociais, transformando-os em agentes ativos na propagação da agenda política da direita. Essa dinâmica altera profundamente a forma como o debate político é conduzido no ambiente virtual.
O bolsonarismo e as big techs também promovem uma estética e identidade emocional específicas que reforçam o engajamento dos apoiadores. O uso das tecnologias de inteligência artificial na criação de conteúdo não apenas intensifica a produção de narrativas, mas também cria uma sensação de pertencimento a um movimento que se apresenta como defensor da liberdade e da democracia. Essa estratégia tem sido eficaz para neutralizar o dissenso e consolidar a base eleitoral da extrema direita.
A influência das big techs na comunicação do bolsonarismo levanta importantes questões sobre a integridade do processo democrático no Brasil. Ao favorecer determinadas narrativas e facilitar o alcance de conteúdos específicos, essas empresas contribuem para a polarização e a disseminação de informações seletivas. Essa situação destaca a urgência da regulamentação das plataformas digitais para garantir um ambiente online mais equilibrado e transparente, onde o debate político possa ocorrer de forma saudável.
O bolsonarismo e as big techs, ao estreitarem sua colaboração, mostram que a disputa eleitoral de 2026 será marcada por uma intensa batalha na esfera digital. O domínio das ferramentas tecnológicas será fundamental para o sucesso das campanhas, tornando a comunicação digital um campo estratégico decisivo para a conquista do eleitorado. A capacidade de mobilizar e engajar usuários nas redes sociais poderá definir o resultado das eleições e o futuro político do país.
Por fim, o bolsonarismo e as big techs consolidam uma parceria que reforça a centralidade da tecnologia na política contemporânea brasileira. Essa aliança demonstra como a extrema direita tem se adaptado às transformações digitais para ampliar sua influência e moldar o cenário eleitoral. A relação entre política e tecnologia torna-se cada vez mais inseparável, exigindo atenção e reflexão sobre os impactos dessa convergência na democracia brasileira.
Autor: Xerith Estrope