O Partido Novo divulgou um editorial para questionar a associação entre a defesa da liberdade de expressão no Brasil e a alegada “extrema direita”.
O texto reage principalmente a comentário feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso (foto), que “acusa a apuração dos Twitter Files no Brasil de ser uma ‘articulação global de extrema-direita’”.
“Ao atribuir as críticas à atuação do STF e do TSE a uma conspiração liderada por extremistas, Barroso quer minar a credibilidade de todos os que ousam denunciar os abusos de poder da Corte. Não bastasse a censura direta, estamos diante da exclusão do próprio pensamento de oposição no debate público”, protesta o Novo.
O partido chama a atenção para uma batalha pela linguagem no país:
“Na disputa política, a linguagem é o primeiro campo de batalha. A definição dos termos utilizados no debate público limita e direciona o que pode ser pensado e expressado. Por isso, a tentativa de enquadrar a defesa da liberdade de expressão como ataques da ‘extrema-direita’ à democracia não é coincidência: é um ato político, que visa enfraquecer todo o campo da direita.”
“Fascistas”
O editorial segue: “Jornais, colunistas, acadêmicos, políticos; todos participam desse esforço orquestrado. Toda discordância com as narrativas oficiais do governo recebe o selo de extrema-direita. O mesmo esvaziamento semântico que ocorreu com o termo ‘fascista’, que a esquerda repetiu em tantos contextos a ponto de fazê-lo perder significado, agora acontece com a extrema-direita. Fica a impressão de que a direita deixou de existir no país”.
O partido diz que “a concepção moderna de liberdade de expressão é tão antiga quanto a própria democracia liberal” e defende que “a direita precisa entrar no campo de batalha da linguagem”.
“Todas as diferentes versões do comunismo da extrema-esquerda, inclusive as que defendem a ‘ditadura do proletariado’, são normais nas universidades e defendidas abertamente por partidos políticos. Como disse o próprio presidente Lula se referindo a Flávio Dino, temos um ministro comunista na Suprema Corte. No Brasil, a extrema-esquerda goza do privilégio de existir dentro do rol de opiniões aceitáveis. Já a direita sequer tem a permissão de existir”, reclama o partido.