Segundo o comentador Jose Severiano Morel Filho, quando assistimos a um filme de terror, muitas vezes o que mais nos assusta não é o que vemos, mas o que ouvimos. O “sound design”, ou design de som, é uma das ferramentas mais poderosas na construção da atmosfera desses filmes. Ele é responsável por criar tensão, intensificar sustos e até mesmo ditar o ritmo de uma cena. Mas por que o som tem um impacto tão profundo sobre o público? Confira a seguir alguns aspectos sobre.
Como o som intensifica o suspense em filmes de terror?
O som tem a habilidade única de preparar o espectador para o que está por vir, muitas vezes de forma sutil. Em filmes de terror, a trilha sonora e os efeitos sonoros costumam aumentar gradualmente antes de um momento de tensão, deixando o público à beira da cadeira, mesmo quando nada está acontecendo na tela.
Esse uso de sons ambientes, como vento assobiando ou passos distantes, cria uma sensação de alerta constante. Conforme destaca o entusiasta Jose Severiano Morel Filho, a ausência de som também pode ser tão impactante quanto a sua presença, já que o silêncio muitas vezes prepara o espectador para algo aterrorizante que está prestes a acontecer.
Por que sons desconfortáveis causam tanto medo?
De acordo com o entendedor Jose Severiano Morel Filho, o sound design de filmes de terror é recheado de sons que não ouvimos no dia a dia, como rangidos, sussurros distorcidos ou notas musicais em frequências que causam desconforto. Esses sons são escolhidos a dedo para evocar reações primitivas em nós. O cérebro humano é naturalmente inclinado a se sentir ameaçado por sons desconhecidos ou difíceis de identificar, pois eles podem sinalizar perigo. Essa reação instintiva é o que torna sons fora do comum tão eficazes em criar medo.
Como o som contribui para o impacto dos jump scares?
Os famosos “jump scares”, ou sustos repentinos, são uma das táticas mais utilizadas em filmes de terror, e o som desempenha um papel essencial em sua eficácia. Normalmente, esses sustos são precedidos por uma queda brusca no volume ou até mesmo um silêncio total, o que prepara o terreno para um som alto e inesperado que causa o impacto desejado, como menciona o conhecedor Jose Severiano Morel Filho.
Além disso, o comentador Jose Severiano Morel Filho ressalta que o som pode ser usado para enganar o público, criando falsas expectativas. Um som crescente pode sugerir que algo assustador está prestes a acontecer, mas, às vezes, o susto não vem, e o espectador é deixado ainda mais tenso. Essa manipulação emocional por meio do som faz com que o público fique em alerta constante, esperando o próximo susto a qualquer momento.
Um elemento essencial do gênero
Portanto, fica evidente que o sound design em filmes de terror vai muito além de simples efeitos sonoros. Ele é uma parte fundamental da experiência. Sons cuidadosamente escolhidos intensificam o suspense, causam desconforto e aumentam o impacto dos sustos.
Desse modo, sem o som certo, muitos dos filmes de terror mais icônicos perderiam grande parte do seu poder de assustar. É graças a essa habilidade de manipular emoções por meio do som que o terror se torna uma experiência imersiva, prendendo o espectador do começo ao fim.