Odair Jose Mannrich, da EBS – Empresa Brasileira de Saneamento, informa que a segurança hídrica é um dos pilares essenciais para o desenvolvimento urbano sustentável. Com o avanço da urbanização, o aumento da demanda por água potável e os efeitos cada vez mais visíveis das mudanças climáticas, as cidades precisam investir em soluções que garantam o fornecimento contínuo e de qualidade. Esse desafio exige a integração de engenharia, gestão e participação social para proteger mananciais, otimizar o uso do recurso e prevenir crises de abastecimento.
A segurança hídrica não se limita à quantidade de água disponível. Ela envolve também a qualidade da água distribuída, a capacidade de armazenamento, a eficiência da rede e a resiliência diante de eventos extremos como estiagens prolongadas. Nesse contexto, a engenharia assume papel decisivo, desenvolvendo projetos que combinam tecnologia, eficiência e sustentabilidade.
Inovações que fortalecem o abastecimento urbano
A modernização das redes de abastecimento é um dos passos mais importantes para garantir a segurança hídrica. Tecnologias como sensores de pressão, medidores digitais e sistemas de telemetria permitem monitorar o fluxo de água em tempo real, identificando vazamentos e anomalias de forma ágil. Esse acompanhamento constante facilita manutenções preventivas e reduz desperdícios.
Segundo o engenheiro Odair Jose Mannrich, a setorização das redes é uma das práticas mais eficientes para otimizar a distribuição. Ao dividir a malha em setores independentes, é possível ajustar a pressão conforme a necessidade local, localizar falhas com mais rapidez e direcionar equipes de manutenção de forma estratégica. Essa abordagem reduz perdas, melhora a confiabilidade do serviço e aumenta a eficiência operacional.
Redução de perdas: economia de recursos e preservação ambiental
As perdas de água tratada representam um dos maiores desafios para concessionárias e órgãos públicos no Brasil. Em algumas cidades, mais de 35% da água captada e tratada não chega ao consumidor final, seja por vazamentos invisíveis, ligações irregulares ou problemas de medição. Além do impacto ambiental, esse desperdício eleva os custos operacionais e pressiona ainda mais os mananciais.

De acordo com Odair Jose Mannrich, combater as perdas exige um conjunto de medidas que vão desde a substituição de tubulações antigas até a implementação de tecnologias de detecção não destrutivas, capazes de identificar vazamentos subterrâneos sem necessidade de grandes escavações. Investir nessa frente é crucial para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda, especialmente em regiões com escassez hídrica.
Sustentabilidade e reuso de água como aliados
O conceito de segurança hídrica também está relacionado ao uso racional e inteligente dos recursos disponíveis. Práticas como a captação de água da chuva e o tratamento de efluentes para fins não potáveis ajudam a diminuir a pressão sobre mananciais. Em áreas industriais, o reuso de água tratada reduz a dependência de fontes convencionais e promove a economia de recursos.
Odair Jose Mannrich comenta que políticas públicas de incentivo ao reuso, somadas a campanhas educativas, podem ampliar a adesão da população e do setor produtivo. Essas ações são essenciais para construir uma cultura de consumo consciente, na qual cada cidadão compreenda seu papel na preservação da água.
Planejamento de longo prazo para cidades resilientes
A gestão da segurança hídrica exige visão estratégica e investimentos contínuos. É necessário diversificar as fontes de captação, ampliar a capacidade de reservatórios e proteger áreas de recarga hídrica. Projetos de reflorestamento e conservação de bacias hidrográficas, aliados à recuperação de matas ciliares, são exemplos de medidas que fortalecem a disponibilidade de água no médio e longo prazo.
Para Odair Jose Mannrich, um abastecimento resiliente depende de ações coordenadas entre engenheiros, gestores públicos e a sociedade civil. Ao investir em tecnologia, planejamento e educação ambiental, é possível garantir não apenas o fornecimento para a população atual, mas também a preservação dos recursos hídricos para as futuras gerações.
Autor: Xerith Estrope